Por alguma razão, personagens femininas chamam mais a minha atenção, no sentido de personalidade forte. Lembro de jogar games como Mortal Kombat e Street Fighter, sempre escolhi lutadoras como Sonya Blade ou Chun-Li. Isso também ocorria com as animações da Disney ou animes. O mesmo acontece com os livros.
Também gosto e me identifico com personagens masculinos. Talvez por eu ser um garoto, pensei que seria estranho me identificar com personagens femininas simplesmente por serem mulheres. Mas na verdade isso não tem problema nenhum, pois não passamos de criaturas de um mesmo mundo e, com a capacidade de imaginar outros. Às vezes demora um pouco para perceber essas coisas, mas esse dia logo chega. Há uma grande quantidade de garotas.
Havia lido As aventuras de Alice no país das maravilhas na infância. Não era o original de Lewis Caroll, mas aquelas historinhas resumidas de poucas páginas para crianças de cinco anos de idade e, também assisti a animação da Disney. Aquela boa e velha sensação nostálgica mais uma vez tomou conta de mim.
Em um desses pensamentos aleatórios pensei em voltar a ler os clássicos infantis, mas o original, começando por As Aventuras de Alice no país das maravilhas. Quando se agarra a uma literatura dessas você percebe que essas histórias não são tão infantis assim, ou que as crianças são mais maduras que os adultos.
Como toda criança, Alice é uma criança curiosa e inquieta. Não conseguia ficar parada para ouvir a história lida pela irmã maior. Mal sabia que a suas aventuras estavam apenas começando quando viu um coelho segurando um relógio, então o perseguiu até sua toca, sem imaginar que o buraco a levaria para um mundo extraordinário.
A peculiaridade do local tomou conta de Alice, a garotinha precisava voltar para casa, pois aquele era um mundo de loucos. O diferente causa sensação de medo. As pessoas não percebem que o peculiar pode abrir caminhos para lugares incríveis, pois a incerteza gera insegurança, mas a mudança é uma das poucas certezas da vida.
As pessoas precisam sair da sua zona de conforto para saber que o diferente não é algo ruim, mas a chave para uma mente cheia de ideias. A pequena Alice queria encontrar o caminho de volta, mas seria impossível fazer isso sozinha. Precisava de ajuda. A importância não era retornar para casa, mas aprender algo durante aquele percurso.
Algumas pessoas são curiosas como Alice, apesar de possuírem personalidades fora dos padrões, quem não se espantaria ao se encontrar com um gato que desaparece, uma lebre e um chapeleiro maluco? Se alguém chegasse a um lugar desses provavelmente seria louco, mas não digo isso de uma forma ruim.